MANEJO TERAPÊUTICO DE CRIANÇAS COM PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA

Autores

  • Marlla Héllen do Nascimento Araújo
  • João Pedro Pereira da Silva
  • Maria Esilene Valença Batista
  • Higor Braga Cartaxo
  • Luciana Moura de Assis

Resumo

RESUMO- A púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) é um distúrbio autoimune caracterizado pela diminuição da produção de plaquetas e pela produção de anticorpos antiplaquetários. Em crianças, a PTI pode ser autolimitada, resolvendo-se sem intervenção, no entanto, alguns pacientes podem desenvolver PTI crônica, levando a contagens persistentemente baixas de plaquetas e um risco contínuo de sangramento significativo. A qualidade de vida das crianças diagnosticadas com PTI podem ser substancialmente limitadas devido às preocupações dos pais e médicos sobre sangramento, fadiga associada à PTI e/ou sangramento contínuo. Desta forma, o presente trabalho objetiva analisar os mais recentes estudos sobre o manejo terapêutico de crianças com PTI. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura através da Biblioteca Virtual de Saúde utilizando os descritores “Púrpura Trombocitopênica Idiopáticaâ€, “Tratamento†e “Crianças†em português, inglês e espanhol e o operador booleano “ANDâ€. Foram encontradas 1.077 publicações e selecionadas nove, disponíveis nas bases de dados MEDLINE, após aplicação dos critérios de inclusão: pesquisas disponíveis de forma gratuita, em português, inglês ou espanhol, publicados entre 2015 e 2019, cuja temática central tratassem da terapêutica da Púrpura Trombocitopênica Idiopática em crianças; os critérios de exclusão foram: artigos que não suportassem os descritores e filtros, duplicados ou pagos. Foi selecionado também o protocolo do ministério da saúde sobre PTI. As evidências científicas apontam que a observação clínica é o tratamento mais apropriado para crianças com PTI aguda, devido ao fato de a maioria das crianças (80%) se recuperar completamente, independentemente de qualquer tratamento, no entanto, vários fatores devem orientar a decisão de tratar ou não a doença nesses pacientes, incluindo ocorrências e fatores de risco para sangramento, uso de drogas que afetam a contagem de plaquetas, presença de vasculites ou outras coagulopatias e fatores psicossociais. Ao decidir tratar o paciente, o uso de corticosteroides é indicado como a primeira linha de tratamento e pelo menor tempo possível, pois têm muitos efeitos adversos nessa faixa etária. Na presença de sangramento mucoso com maior repercussão clínica é indicada a imunoglobulina humana. Em crianças com a forma crônica, que não responderam com corticosteroides e imunoglobulina, a esplenectomia é a opção terapêutica de escolha, embora esteja se tornando uma opção obsoleta devido o surgimento de novos tratamentos, como o anticorpo monoclonal anti-CD20, rituximabe e os agonistas do receptor de trombopoietina romiplostim e eltrombopag. A maioria dos pacientes e médicos preferem explorar todas as oportunidades terapêuticas antes de passar por uma abordagem cirúrgica irreversível.  E para casos em que a doença é refratária pode se utilizar imunossupressores, sendo a azatioprina a mais difundida entre estes. Como observado, há várias possibilidades de se manejar uma criança com PTI, sendo necessária uma minuciosa avaliação de cada paciente para decidir entre a observação clínica, que será suficiente e adequada para a maioria dos pacientes, e a intervenção propriamente dita. O fato é que o acompanhamento da evolução dessas crianças é indispensável para tomar as melhores decisões, pois só tempo e a clínica do paciente irá indicar o próximo passo no manejo destes.

Palavras-chave: Púrpura Trombocitopênica Idiopática. Terapêutica. Crianças.

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Publicado

2020-06-07