REVINSA - Revista do Instituto Nacional do Semiarido

Correlações e análise de trilha de aspectos morfométricos e nutricionais da gliricídia manejada em banco de proteína no Semiárido Brasileiro

Carlos Trajano da Silva — 2022-10-18

Objetivou-se avaliar variáveis morfométricas, produtivas e de composição bromatológica da gliricídia (Gliricidia sepium [Jacq.] Kunth ex Walp.) manejada em banco de proteína e condição de sequeiro por dois anos, no Semiárido Brasileiro, através de correlações e análise de trilha. Elevados coeficientes de correlação de Pearson foram observados entre altura de planta e produção de matéria seca (r = 0,73); diâmetro de caule (na altura de 30 centímetros) e teor de matéria seca (r = 0,70). Além disso, correlações negativas foram observadas entre teores de proteína bruta e carboidratos totais (r = -0,95); e entre teores de fibra insolúvel em detergente neutro e carboidratos não-fibrosos (r = -0,92). Em relação à análise de trilha, um elevado efeito direto da altura de planta foi observado na produção de matéria seca (r = 0,86), assim como o diâmetro de caule na concentração de matéria seca (r = 0,65). A altura de planta pode ser utilizada de forma eficiente para estimar produtividade da gliricídia, enquanto o diâmetro de caule tem bom potencial de predição da concentração de matéria seca da forragem. Essas características morfométricas podem ser utilizadas como estratégia de manejo para alcançar maior produtividade e teor de matéria seca na gliricídia.

Desempenho reprodutivo de um rebanho Curraleiro Pé-Duro no semiárido da Paraíba

George Vieira do Nascimento — 2022-10-18

As várias raças nativas do Brasil foram desenvolvidas a partir de espécimes que foram introduzidos pelos colonizadores portugueses, destaca-se os bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro. De maneira geral, o sistema de produção aplicado aos rebanhos da raça Curraleiro Pé-Duro caracteriza-se como pecuária extensiva de médio nível tecnológico, baixo custo de produção e promissor retorno econômico. Portanto, há a necessidade de conhecimento científico sobre os eventos do manejo reprodutivo que interferem na tomada de decisão nos sistemas de produção de raças nativas, sobretudo na região Semiárida do Brasil. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar os indicadores reprodutivos de um rebanho CPD mantido em pasto nativo de caatinga no semiárido brasileiro. Foram utilizadas informações contidas em bancos de dados do Núcleo de Conservação do Gado Curraleiro Pé-Duro, pertencente ao INSA/MCTI, Campina Grande-PB. A avaliação do desempenho ponderal foi realizada por meio de pesagens quinzenais do rebanho, entre o período de janeiro (2017) a dezembro (2020). De acordo com o manejo reprodutivo adotado, o ano de 2018 apresentou os melhores valores de índice de reprodutivos. O índice de natalidade apresentou o mesmo valor do de fertilidade (95,45%) e foi maior também no ano de 2018. O intervalo de partos encontra-se dentro da faixa ideal que é de 12 a 13 meses. O peso ao nascer dos animais machos e fêmeas foi maior no ano de 2018 (23,09±3,6 kg). O rebanho de bovinos nativos Curraleiro Pé-Duro do Instituto Nacional do Semiárido apresenta elevados indicadores reprodutivos.

Propagação vegetativa de mudas de Manihot pseudoglaziovii com diferentes diâmetros de estacas

José Henrique Souza Costa — 2022-10-22

A propagação de clones por material vegetativo de espécies arbórea e amplamente utilizada devido o menor tempo requerido para formação da matriz com porte desejável e, também, a dificuldade de obterem-se sementes de alguma espécie arbórea. O objetivo com essa pesquisa é de observar a influência dos diâmetros das estacas sobre a propagação vegetativa da maniçoba em casa de vegetação em diferentes dias de crescimento. O delineamento foi inteiramente casualizado com um fatorial 4x5, sendo quatro diâmetros de estacas plantadas (1,5, 2,0, 2,5 e 3,0 cm) e cinco idades (30, 60, 90, 120 e 150 dias). Foram realizadas avaliações morfométricas de altura, largura e diâmetro dos brotos e números de folhas. O índice de pegamento foi maior para os brotos produzidos com estacas de 3,0 cm (36,67% aos 30 dias e 100% aos 60 dias), enquanto que a menor taxa de pegamento foi observado com estacas de 1,5 cm, provavelmente associado ao menor conteúdo de reserva que a estaca possui. O número de folhas foi influenciado significativamente (p = 0,007) pelo diâmetro das estacas. As variáveis morfométricas altura (p < 0,0001), largura (p < 0,0001), diâmetro (p = 0,003) e número de folhas (p < 0,0001) foram influenciadas significativamente pela idade. Não foi observado efeito de interação (p > 0,05) para as variáveis morfométricas avaliadas. As estacas de até 3,0 cm de espessura usadas para propagação vegetativa da maniçoba proporcionam mudas com características morfológicas semelhantes.