INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL INFANTO-JUVENIL

Autores/as

  • Bruna Araújo de Sá
  • Catarina Ferreira Pontes
  • Edicleide Martins da Silva
  • Leandro Nonato da Silva Santos

Resumen

RESUMO- Antes do Movimento da Reforma Psiquiátrica, a assistência pautava-se no modelo manicomial, com base no isolamento social, muitas vezes asilares, impedindo a reintegração dos sujeitos com transtornos mentais na sociedade. Frente a esta constatação, as condutas indiscriminadas, como contenção de pacientes ou eletrochoques, eram realizadas como forma de punir ou obter a obediência. A saúde mental infanto-juvenil era assimétrica com a dos adultos, ou seja, permanecia em segundo plano, menos visada e tratada com desprezo. Este cenário desolador foi substituído depois de marcos históricos e lutas incansáveis por novos modelos de cuidado em saúde mental, bem como, o Centro de Atenção Psicossocial infanto-juvenil, apontado como essencial para redes de saúde, além de fornecer setores de lazer, educação e justiça social, ampliando os cuidados e direitos dos jovens atendidos. Face ao exposto, o estudo apresenta como objetivo analisar a atuação do profissional da enfermagem frente aos serviços de saúde mental infanto-juvenil. Trata-se de uma revisão de literatura realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, LILACS e BDENF, usando os Descritores Virtuais em Saúde, foram encontrados 114 artigos, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, apenas 20 se encaixaram na pesquisa. A atuação dos enfermeiros diante do cuidado em saúde mental é de suma importância para a saúde e bem-estar do paciente, desempenhando um papel holístico e humanizado. Referente aos impactos dessa temática, o surgimento de transtornos mentais na infância, quando não cuidado, interfere no bom funcionamento corporal, limitando o crescimento e desenvolvimento ao longo prazo, afetando diretamente suas atividades diárias e o convívio com a família. No âmbito da saúde, o enfermeiro é essencial no processo terapêutico, pois o cuidar da enfermagem, como intervenção, favorece na reabilitação psicossocial do sujeito. Neste intento, o cuidado da enfermagem atua sob a ótica da inclusão social, desenvolvimento da autonomia e interação familiar, os quais também devem ser inseridos no processo do tratamento. O enfermeiro, juntamente com a sua equipe interdisciplinar, trabalha com o intuito da reinserção da criança na sociedade e no âmbito familiar, através da realização de atividades, como: o convívio em grupos, bom relacionamento interpessoal, escuta ativa, experiências escolares, independência e autonomia por meio das tecnologias leves do cuidar. Considerando a importância desse vínculo, o enfermeiro aumenta seus recursos de cuidado a criança com transtorno mental, englobando suas necessidades, delineando, assim, suas redes e apoio sociais. A reorientação do tratamento tem impacto positivo no cuidado de enfermagem, dando espaço para escuta e condições dignas, capaz de promover qualidade de vida para todos os membros. O presente estudo evidenciou a importância da rede de cuidado para as crianças com transtorno mental, o qual emerge uma série de conflitos no meio social e familiar, pelas mudanças ocorridas devido a doença e, dessa forma, é de extrema importância o aprofundamento dos conhecimentos acerca dessa realidade particular. Portanto, a equipe de enfermagem deve estar apta para realizar ações do cuidar, desde a observação ao acolhimento, entre outras ações citadas nessa pesquisa para o cuidado pessoal e mental dos pacientes.

Palavras-chave: Serviços de Saúde Mental. Serviços de Saúde da Criança. Saúde Mental.

Publicado

2020-06-07