VISITA DOMICILIAR COMO SUPORTE A POPULAÇÃO VULNERÁVEL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Abstract

RESUMO- A Estratégia de Saúde da Família é responsável por resolver, a partir de suas ações, em torno de 85% dos problemas das famílias assistidas. Dentre as ações está a visita domiciliar, que propicia a equipe adentrar na casa e na rotina das famílias, e por isso, se constitui uma das formas mais efetivas de criação de vínculo com pacientes, especialmente com a população que, de certa forma, é marginalizada pela sociedade devido a sua situação socioeconômica. Essa prática, muito utilizada na atenção primária, ajuda na prevenção e controle de agravos. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, da prática de visita domiciliar realizada por acadêmicos do curso de graduação em enfermagem de uma universidade pública, durante o Estágio Supervisionado I na Estratégia de Saúde da Família na Cidade de Cajazeiras – PB, no ano de 2009, no segundo semestre. As visitas domiciliares eram realizadas por estudantes acompanhados pelo Enfermeiro da Unidade e o Agente Comunitário de Saúde responsável pela microrregião, por agendamento a partir de necessidade demandada ou mediante denúncia. Decorrente desta última, se visitou uma família que vivia em estado de calamidade, sem as mínimas condições básicas de vida e a família apresentando claro desajuste e desamparo. O patriarca da família aparentava ser usuário de substâncias ilícitas, as crianças demonstravam sinais de abuso sexual e violência física e a genitora apresentava características de transtornos psicológicos. Diante dessa situação foram prestados atendimentos que visaram não só a doença, mas uma visão holística daquela família, com medidas de proteção social. Foi acionado o NASF para um maior apoio na atenção à saúde e o Ministério Público para intervenções cabíveis. Percebe-se que a visita domiciliar é importante ferramenta para o enfermeiro avaliar e ponderar sobre situações de vulnerabilidade na sua área de atuação. Ela propicia uma ação interdisciplinar e intersetorial.  A visita domiciliar propicia os acadêmicos e os profissionais, vislumbrar a realidade que não é apresentada no consultório. Vivenciar e conviver com situações como esta apresentada, estimula o desenvolvimento do senso crítico, intelectual. Apesar de situações como esta estarem longe do nosso cotidiano, ela é bastante comum nas populações de vulnerabilidade social. Por isso, se faz necessário estar mais presente na comunidade, desnaturalizar o olhar, torna-lo mais humano e, buscar parcerias, para, junto com as autoridades, decidir sobre as intervenções cabíveis.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; População Vulnerável; Visita domiciliar.